terça-feira, 16 de agosto de 2011

Prologo 1 - A tentativa

Um dia normal na vida dele que ao se arrumar para ir para sua aula da universidade procura seus acessórios para se tornar mais legal. Uma pulseira de contas com inscrições asiáticas, uma língua que não entendia, poderia ter escrito "eu sou um frouxo" nas contas, mas ele não ligava, pra onde ele ia, ninguém iria pegar sua pulseira.

Mas pulseira velha, vermelho desgastado de guerra não duraria mais e ao tentar colocar para passar o dia usando a mesma por si só quebrou de forma inimaginável e a bagunça por conta das contas de madeira espalhada no chão permaneceu lá, até quando fosse voltar para o seu humilde quarto alugado.

Saiu apressado, atrasado para sua aula, mas nenhum atraso o impediria de reparar o vermelho vivido que jazia entre folhas no chão em frente ao seu apê. Curioso, ele investigou e o mais improvável é que o mesmo vermelho cor de sangue vivo era uma pulseira de contas de madeira com inscrições, diferentes dos kanjis asiáticos, algo mais semelhante a runas, nada que ele entendesse, muito menos a ironia do que se resumia o achado que por logo foi adotado em seu visual.

Ao colocar a pulseira, foi como se o mundo mudasse e ficasse mais feliz, as cores do mundo mais vivas e o dia brilhava, êxtase que ele decretava como por conta do fato irônico de ter encontrado uma pulseira mais legal que aquela preferida que havia acabado de perder.

Ouvindo suas músicas indies em seu mp3 de 20 mangos, continuou seu caminho, esperou sofridamente 20 minutos pelo seu ônibus e nele subiu, já a caminho de sua universidade. Dentro do seu ônibus, ouvindo sua música, ele não percebeu que as pessoas pareciam mais apagadas enquanto o mundo brilhava em novas cores, apenas curtiu o seu momento, que logo acabou.

O ônibus que tão sofridamente esperou 20 minutos quebrou e todos desceram dele, outro ônibus da mesma linha demoraria o dobro do tempo da espera e o o nível de estresse dele se elevava junto com dos outros passageiros sem cor, sem vida. Foi então que ele percebeu a falta de cor das pessoas, que aos poucos diminuia até um quase preto e branco.

Num piscar de olhos o que deveria ser nada, virou uma pessoa, em um capuz, com cor mais viva que das pessoas normais, estaria ele delirando? Olhou em sua volta e somente ele percebia a presença da figura encapuzada colorida.

O encapuzado não popou tempo, puxou uma faca e atirou nele sem piedade, atingia seu ombro e ele gritou de dor, mas ninguém o ouviu. Ele segurou e gritou no ouvido da pessoa mais próxima, mas essa somente lhe ignorou e achou estranho o movimento.

Ao desistir das pessoas resolveu correr e continuou a gritar por socorro, ao olhar pra trás a figura já lhe lançava outra faca que lhe atingiu a perna. A dor era lancinante, mas ele conseguia ficar consciente em desespero, ao olhar direito o encapuzado, implorou perdão, pela vida, todas as súplicas possíveis, até reparar os olhos brilhantes do seu carrasco sem palavras.

Então uma voz veio a sua cabeça como um sussurro.

-Olhe para sua mão direita. - disse o sussurro e ao olhar, via que estava segurando na mesma mão onde estava a pulseira, que agora sumiu, uma arma vermelho sangue com formas bizarras, com uma semi esfera partida ao meio, de cada lado no que num revolver seria onde se localizaria o tambor do cartucho.

- Aponte e atire. - disse mais uma vez o sussurro na fração de segundo que ele reparou na arma de aparência demoníaca.

Ao ouvir o sussurro não pestanejou, com sua expressão de desespero e lágrimas de dor, atirou direto no rosto do seu carrasco que contia uma expressão de pavor e assim caiu. Junto da sua caída, as facas sumiam, mas o sangramento só piorou, junto com a certeza de morte por hemorragia.

Não tinha como se levantar e mesmo a curta distância do grupo do ônibus quebrado, ninguém ouvia seus gritos. Ninguém, exceto outros três encapuzados que ele percebeu que estavam a sua volta.

Em desespero, atirou em todos os três, um atingido e caído, os outros dois desviaram. Das mãos de um dos que se desviou, apareciam chamas que foram lançadas nele, que mesmo com dor conseguiu fugir.

- Rato maldito! Você matou Faca, vai pagar! - ao falar isso o encapuzado laranja atirou chamas que queimaram parte do seu braço esquerdo.

A dor não era mais um obstáculo, atirou novamente no encapuzado laranja, mas logo sentiu uma descarga elétrica em seu corpo e por fim, desmaiou e ao desmaiar, ouviu mais uma vez o sussurro.

- Não se preocupe, eles estão mortos. - e cai de vez com a dor.

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