terça-feira, 16 de agosto de 2011

Prologo 2 - O último relatório

Início do Relatório

Meu nome eu perdi, hoje me chamo Raio Branco, sou um dos que no meu mundo são chamados de controle de pestes, um assassino no seu mundo. Hoje recebi um chamado logo cedo, mas como supervisor. Era a primeira missão de Faca, o novato na guilda.

Logo pensei comigo "mais um tolo conseguiu suprimir a barreira!" e corri ao meu posto. Chegando a sala de transporte, Manto de Fogo me atualizou com os fatos, era uma missão especial, enviada direta do topo por um homem que nos supervisionaria, um senhor com roupas pomposas e cabelo longo e prateado. Não fui atrás de detalhes do nosso cliente, o que os clientes mais prezam é discrição e ele tinha cara de quem prezava.

A missão era simples e perfeita para o Faca. Matar e arrancar o braço que contia a pulseira de um neófito. A surpresa e indignação em saber que teríamos que matar alguém que como nós, descobriu a verdade sozinho, nunca tivemos que fazer uma missão assim. Normalmente neófitos são inseridos na sociedade no que se consideraria em castas mais baixas, exercendo funções administrativas, servindo de ponte com os tolos do mundo de vocês.

A mais falta de sentido residia no fato em que teriamos um grupo de missão intermediária, que consiste em um executor, dois supervisores e um suporte.

- Manto de Fogo, por que estamos usando estamos executando um nível 3 em uma missão que claramente é 1? - perguntei à Manto.
- Requisição direta do cliente, esse rato tem fator de imprevisibilidade. - ela me respondeu, com desdenho a exigência do cliente que somente eu poderia perceber.

O transporte estava feito e o circulo de anonimato estava preparado, o rato seguia em um ônibus, o que faca, brilhantemente conseguiu parar atirando uma faca com precisão, num ponto frágil do motor. O que o parou imediatamente.

O rato fica bem chamativo no círculo de anonimato como era de se esperar, faca se esqueira e comete seu primeiro erro, aparece a frente do rato, que de cara não entende, mas à primeira apunhalada percebe que a sua situação não é fácil.

- Aposto 30 segundos. - desdenhou Manto de Fogo.
- Aposto 5 minutos, Faca é sádico. - apostou Couro.
- Se for analisar por psicopatia, Faca passa uma hora! - e todos riem comigo. No mundo em que vivemos, temos que apreciar a comédia no humor negro, a ignorância é uma benção.

O rato foge e se desespera, Faca atira a segunda faca na perna, passaram-se nem um minuto direito e Faca cai. A ação é imediata, cercamos o rato e eu levo um tiro impossível no ombro. Nossos mantos deveriam nos proteger das armas de fogo dos ignorantes. Logo caio, enquanto vejo Manto do Fogo em fúria atingindo o rato e ao mesmo tempo sendo atingida por uma bala na barriga.

Depois de cair a ficha da situação, o atinjo com eletricidade o suficiente para parar seu coração e finalmente o rato desmaia.

- Couro! Leva a Manto pra enfermaria! - gritei, mas o que era impossível se tornou realidade. O rato não estava morto!

Com aquela carga eu poderia matar um elefante, mas o rato se levantou, mirou em mim e na hora de puxar o gatilho, Couro saltou na frente.

Com o rosto em forma de pedra, usando sua magia base que transforma o sua pele em qualquer substância, ele caiu no chão e se despedaçava em forma de pedra, que ao perder o feitiço, virava as partes do corpo correspondentes, quebradas e cobertas de sangue.

Foi um desastre! Manto de Fogo explodiu em chamas e mais um barulho de tiro e ela caia ao chão.

- Manto! - gritei sem pensar que eu seria o próximo, minha fúria cresceu, mas ao olhar o rato, a fúria se transformava em medo.

Outros agentes apareceram, um a um caia enquanto o corpo do rato que parecia sem vida dançava com o seu centro na arma vermelha sangue vivo, que ao invés de cartuchos, haviam dois grandes olhos, girando sem parar, enquanto dançava para matar qualquer um dos meus amigos que aparecia.

Assim que pararam de aparecer, a arma e seu armeiro morto, ou inconsciente, olhavam para mim e por fim, o último tiro, no centro do meu peito.

Se existe céu, eu sei que não irei. Minha voz deve ser a última a ser ouvida, já que o rato... Não! O monstro, matou todos que eu conhecia na guilda e...


Fim do relatório
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Relatório pós mortem

Enquanto a vida do Raio Branco acabava o cliente aparecia. Parecendo ciente do perigo, montava sua barreira que não repelia os tiros, mas os segurava com a barreira de várias camadas.

- Eu não vou tentar matar o seu usuário! - gritou o cliente 
- Não pretendo mais matar sua comida, não precisa mais se defender.

E então, a arma aparentemente entendendo o que o cliente havia dito, atira mais uma vez, o que parece ser um raio de luz vermelha, que atinge a testa do cliente que por fim solta a barreira e as balas de sangue somem na mesma hora que arma fecha os seus bizarros olhos e se transforma numa pulseira no braço do usuário que por fim caiu no chão.

Fim do relatório pós mortem.

Resultados:

01 (uma) ameaça não neutralizada, viva e inconsciente;

15 (quinze) fatalidades, Guilda de Assassinos 184 completamente destruída;

O cliente resolveu o próprio caso usando todo o recurso de uma guilda.

O Sr. Ander Wolken deve receber multa por uso inadequado de recursos e perda total da mesma.
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Atualização:

O Sr. Ander Wolken pagou todo o valor da multa mais 80% da mesma e pediu as sinceras desculpas sobre os acontecimentos que o mesmo não havia previsto tais conclusões.

O rato segue para ser remanejado ao nível de neófito e teve sua pena toda paga pelo Sr. Ander Walken. Porém o mesmo deve seguir a trilha do básico e depois continuar a pagar sua divida atuando como assassino da Guilda de Assassinos 351 que necessita de um neófito.

Fim da Atualização.

Caso encerrado.

Prologo 1 - A tentativa

Um dia normal na vida dele que ao se arrumar para ir para sua aula da universidade procura seus acessórios para se tornar mais legal. Uma pulseira de contas com inscrições asiáticas, uma língua que não entendia, poderia ter escrito "eu sou um frouxo" nas contas, mas ele não ligava, pra onde ele ia, ninguém iria pegar sua pulseira.

Mas pulseira velha, vermelho desgastado de guerra não duraria mais e ao tentar colocar para passar o dia usando a mesma por si só quebrou de forma inimaginável e a bagunça por conta das contas de madeira espalhada no chão permaneceu lá, até quando fosse voltar para o seu humilde quarto alugado.

Saiu apressado, atrasado para sua aula, mas nenhum atraso o impediria de reparar o vermelho vivido que jazia entre folhas no chão em frente ao seu apê. Curioso, ele investigou e o mais improvável é que o mesmo vermelho cor de sangue vivo era uma pulseira de contas de madeira com inscrições, diferentes dos kanjis asiáticos, algo mais semelhante a runas, nada que ele entendesse, muito menos a ironia do que se resumia o achado que por logo foi adotado em seu visual.

Ao colocar a pulseira, foi como se o mundo mudasse e ficasse mais feliz, as cores do mundo mais vivas e o dia brilhava, êxtase que ele decretava como por conta do fato irônico de ter encontrado uma pulseira mais legal que aquela preferida que havia acabado de perder.

Ouvindo suas músicas indies em seu mp3 de 20 mangos, continuou seu caminho, esperou sofridamente 20 minutos pelo seu ônibus e nele subiu, já a caminho de sua universidade. Dentro do seu ônibus, ouvindo sua música, ele não percebeu que as pessoas pareciam mais apagadas enquanto o mundo brilhava em novas cores, apenas curtiu o seu momento, que logo acabou.

O ônibus que tão sofridamente esperou 20 minutos quebrou e todos desceram dele, outro ônibus da mesma linha demoraria o dobro do tempo da espera e o o nível de estresse dele se elevava junto com dos outros passageiros sem cor, sem vida. Foi então que ele percebeu a falta de cor das pessoas, que aos poucos diminuia até um quase preto e branco.

Num piscar de olhos o que deveria ser nada, virou uma pessoa, em um capuz, com cor mais viva que das pessoas normais, estaria ele delirando? Olhou em sua volta e somente ele percebia a presença da figura encapuzada colorida.

O encapuzado não popou tempo, puxou uma faca e atirou nele sem piedade, atingia seu ombro e ele gritou de dor, mas ninguém o ouviu. Ele segurou e gritou no ouvido da pessoa mais próxima, mas essa somente lhe ignorou e achou estranho o movimento.

Ao desistir das pessoas resolveu correr e continuou a gritar por socorro, ao olhar pra trás a figura já lhe lançava outra faca que lhe atingiu a perna. A dor era lancinante, mas ele conseguia ficar consciente em desespero, ao olhar direito o encapuzado, implorou perdão, pela vida, todas as súplicas possíveis, até reparar os olhos brilhantes do seu carrasco sem palavras.

Então uma voz veio a sua cabeça como um sussurro.

-Olhe para sua mão direita. - disse o sussurro e ao olhar, via que estava segurando na mesma mão onde estava a pulseira, que agora sumiu, uma arma vermelho sangue com formas bizarras, com uma semi esfera partida ao meio, de cada lado no que num revolver seria onde se localizaria o tambor do cartucho.

- Aponte e atire. - disse mais uma vez o sussurro na fração de segundo que ele reparou na arma de aparência demoníaca.

Ao ouvir o sussurro não pestanejou, com sua expressão de desespero e lágrimas de dor, atirou direto no rosto do seu carrasco que contia uma expressão de pavor e assim caiu. Junto da sua caída, as facas sumiam, mas o sangramento só piorou, junto com a certeza de morte por hemorragia.

Não tinha como se levantar e mesmo a curta distância do grupo do ônibus quebrado, ninguém ouvia seus gritos. Ninguém, exceto outros três encapuzados que ele percebeu que estavam a sua volta.

Em desespero, atirou em todos os três, um atingido e caído, os outros dois desviaram. Das mãos de um dos que se desviou, apareciam chamas que foram lançadas nele, que mesmo com dor conseguiu fugir.

- Rato maldito! Você matou Faca, vai pagar! - ao falar isso o encapuzado laranja atirou chamas que queimaram parte do seu braço esquerdo.

A dor não era mais um obstáculo, atirou novamente no encapuzado laranja, mas logo sentiu uma descarga elétrica em seu corpo e por fim, desmaiou e ao desmaiar, ouviu mais uma vez o sussurro.

- Não se preocupe, eles estão mortos. - e cai de vez com a dor.